Transtorno de aprendizagem discalculia: entenda o que é
Comportamento 14/07/2023Você já ouviu falar no Transtorno de Aprendizagem Discalculia?
Esse transtorno, que afeta cerca de 3 a 6% da população mundial, é causado pela má formação neurológica e é caracterizado pela dificuldade no aprendizado dos números. O Transtorno de Aprendizagem Discalculia não é causado por deficiência mental, má escolarização, déficits visuais ou auditivos, e, principalmente, não tem nenhuma ligação com níveis de QI e inteligência.
O Transtorno afeta a habilidade da pessoa de realizar cálculos matemáticos, compreender conceitos numéricos e a identificação visual e auditiva dos números. As crianças portadoras desse transtorno não conseguem identificar sinais matemáticos, montar operações, classificar números, compreender princípios de medida, seguir sequências, compreender conceitos matemáticos, relacionar o valor de moedas entre outros.
Se você acha que seu (a) filho pode ter o Transtorno de Aprendizagem Discalculia, continue lendo nosso artigo.
O que é Transtorno de Aprendizagem Discalculia: entenda a diferença entre Discalculia e Dislexia
A Discalculia pode estar ligada à Dislexia, já que costumam aparecer juntas. Por isso, alguns pesquisadores defendem que a sincronia entre dislexia e discalculia ocorre por causa dos fatores compartilhados pelas duas condições, como o déficit na memória de trabalho.
Antes de tudo, não é correto tomar como verdade universal que todas as pessoas com o Transtorno de Aprendizagem Discalculia possuem, também, dislexia. Afinal, nem todas as pessoas com dislexia apresentam dificuldades com matemática, assim como nem todos os que possuem Discalculia têm dificuldades em leitura e escrita.
Dessa forma, entender os domínios e sub-habilidades afetados é determinante para catalogar um transtorno específico da aprendizagem com prejuízo na leitura, na expressão escrita e/ou na matemática (discalculia).
Além disso, o transtorno pode afetar uma mesma pessoa de diferentes formas durante a sua vida. Por isso, é importante ressaltar que as dificuldades de uma pessoa com discalculia não surgem somente na aula de matemática, mas, também, durante o seu dia-a-dia.
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Os seis tipos de Transtorno de Aprendizagem Discalculia
Segundo Ladislav Kosc, existem seis tipos de discalculia. Entenda quais são e quais as diferenças entre elas.
Discalculia léxica:
Dificuldade na leitura de símbolos matemáticos;
Discalculia verbal:
Dificuldades em nomear quantidades matemáticas, números, termos e símbolos;
Discalculia gráfica:
Dificuldade na escrita de símbolos matemáticos;
Discalculia operacional:
Dificuldade na execução de operações e cálculos numéricos;
Discalculia practognóstica:
Dificuldade na enumeração, manipulação e comparação de objetos reais ou em imagens;
Discalculia ideognóstica:
Dificuldades nas operações mentais e no entendimento de conceitos matemáticos.
É importante ressaltar que, de acordo com o DSM-5, que é o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, para ter um diagnóstico fechado, o aluno precisa, pelo menos,preencher 4 critérios diagnósticos.
Transtorno de Aprendizagem Discalculia: critérios diagnósticos do transtorno
Quem tem Discalculia pode apresentar dificuldade ou incapacidade de pensar, refletir, avaliar ou raciocinar sobre tudo que envolva números ou conceitos matemáticos. São 11 critérios para definir se a pessoa possui ou não o Transtorno de Aprendizagem Discalculia.
Veja quais são:
Dificuldades persistentes em cálculos aritméticos e raciocínio matemático;
Desempenho do indivíduo nas habilidades acadêmicas afetadas precisam estar abaixo da média para a idade;
Dificuldades de aprendizagem estejam aparentes ainda nos primeiros anos escolares;
Dificuldades de aprendizagem devem ser “específicas” e não englobam características ligadas a deficiências intelectuais, como o atraso global do desenvolvimento, deficiências auditivas ou visuais; ou problemas neurológicos e motores;
Dificuldade na leitura e escrita dos símbolos;
Dificuldade para estimar quantidades;
Dificuldades em lidar com dinheiro;
Dificuldade para contar de trás pra frente;
Lentidão para fazer cálculos;
Dificuldade para calcular o tempo e com noção de tempo;
Além disso, quem possui esse Transtorno também pode apresentar ansiedade ligada à matemática ou qualquer outra atividade que envolva números.
Por isso, é importante que pais e professores estejam atentos aos sinais que os alunos dão durante o decorrer do processo de aprendizagem. Quanto mais cedo o Transtorno for identificado, melhor será para a criança ou adolescente. E, claro, para a absorção dos conteúdos!
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